Donzela - Poema de Marlene Silva


Coberta de si dos pés à cabeça
Sorria com parte de sua inocência
desconhecia a realidade, virtualidade era sua experiência
como forma de segurança segura e desencargo de consciência

Corria por si ao mesmo tempo que chorava
jorrava sangue nas entranhas
desconhecia as diversas artimanhas
acreditava num ser humano sem façanhas
ou articulações medonhas  e era assim

Fé, crença, sim!, sim! sem saber dizer "Não" ou "Talvez"

Foi-se de vez quando mostrou-se pela 1ª vez
ele apoderou-se de sua alma
e tornou-se seu dono
submissão de quase ficar de joelhos
condenação e o olhar de culpa observava em todos os espelhos que olhasse

Cobrava sinceridade dele e quis que ele ficasse
cobrava racionalidade de si e quis que ele falasse que a faria feliz
como final que por aí se diz



Ela vivia na virtualidade
e a realidade era sua inimiga
os corações não eram à moda antiga
a cantiga do kota já não se enquadrava
já não compenetrava
cooperava com outras energias meio adversas
  espessas
quis promessas com cumprimento
com comprometimento
com um acento que tivesse criatividade
que valorizasse a actividade normal
mas que não deixasse de explorar o lado gravitacional
Bela donzela
com mal sem raiz identificada por ela
louça mal lavada
falta de mão-de-obra qualificada
Mesmo assim ela erguia a bandeira
Mesmo assim ela erguia a frigideira
Mesmo assim ela considerava-se herdeira
de um trono que será sabido na hora derradeira











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