Conheça um pouco mais sobre CFKappa

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À primeira vista Cláudio Kiala, ou CFKappa, como é conhecido, parece ser um rapaz comum da sua idade. A simplicidade e a simpatia são as suas principais características mas aprofundando a conversa fica explicita a sua inteligência, experiência e carisma, bastante avançados para a sua tenra idade.

UMA INFÂNCIA FELIZ

Em criança sempre foi um rapaz reservado e pouco sociável. Com apenas 4 anos começa a estudar e desde então a sua aplicação permitiu que avançasse de nível a cada ano que passava. “Aos 9 anos tinha uma imaginação bastante fértil e comecei a escrever histórias em pequenos cadernos, que eram lidos pelos meus colegas Edgar e Francisco.

No mesmo ano comecei a dar os primeiros passos no desporto, ingressando no Ténis Clube de Luanda”, explica. Aos 10 anos e com a mudança de escola, começa a perder a sua anti-sociabilidade, passando a ter mais amigos e a mostrar as suas primeiras inclinações para o futuro.

A fonte de inspiração

Já em 2005, após o lançamento do primeiro álbum do grupo Kalibrados, CFKappa, ganha um forte interesse pelo rap angolano, passando assim a transformar os seus pequenos contos em letras de músicas.

“O meu quarto servia de palco e as paredes de plateia, pois mantinha a paixão pela música em segredo, com receio da desaprovação dos meus pais, com medo que me desviasse dos estudos”, esclarece o jovem.

Os primeiros passos. Por intermédio de um amigo, CFKappa conhece o produtor de música conhecido como Raiva, que ficou bastante impressionado com seus dotes e lhe concedeu uma gravação gratuita no seu estúdio, oportunidade que agarrou com unhas e dentes: “Na mesma semana, o produtor convidou-me a subir ao palco do Elinga Teatro onde fiz a minha primeira aparição pública como cantor. Já com os meus primeiros passos dados, Lukeny Fortunato e Kool Klever abriram-me as portas do “Ecletismo Poético”, onde tive a oportunidade de mostrar os meus trabalhos, conquistando desde já a plateia. A eles eu agradeço humildemente”.

O marco da carreira

Foi em 2007, após uma actuação no “Espaço Bahia”, que conhece Kennedy, e consolida-se a realidade que até hoje se mantém: CFKappa torna-se membro da produtora “Cérebro Records.”Um ano depois, em conjunto com o colega de produtora, o rapper X da Questão, gravam uma mixtape, intitulada “De C a X”, e é nesta fase que conhece grande parte da sua evolução como MC: “Um ano mais tarde, quando a Mixtape foi lançada e todas as expectativas superadas com a enorme aderência do público, comecei a ser conhecido no meio das pessoas que apreciam o estilo musical em Angola”.

O reconhecimento

No ano passado, 2009, CFKappa tem o prazer de conhecer dois dos rappers lusófonos que mais admira: Azagaia e Bob da Rage Sense, com quem travou uma amizade saudável e aprimorou os seus conhecimentos da matéria. E não fica por aí. Para seu espanto, o conhecido rapper Valete, durante uma entrevista para uma rádio em Portugal tece elogios CFKappa, depois de ter ouvido o seu trabalho. No mesmo ano, ficou conhecido como o primeiro MC angolano da nova escola a cantar 100 versos sem parar, numa única música. CFKappa e X da Questão foram convidados para actuar na abertura do Angola Fashion Week, em 2009. Paralelamente, estava a ingressar no ano propedêutico do curso de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Católica de Angola, com apenas 16 anos.

O pequeno escritor

O conceituado escritor angolano Manuel Rui Monteiro, teve acesso ao manuscrito do livro de Cláudio Kiala e gostou do que viu. O livro foi levado à União dos Escritores Angolanos e algum tempo depois, Cláudio foi contactado com a inesperada, porém magnífica, notícia de que o seu livro seria publicado, tornando-se assim um dos mais jovens escritores do país, com apenas 18 anos. O seu primeiro livro intitula-se Perdidos na Escuridão e o lançamento está previsto para Julho do corrente ano.

Perspectivas para o Futuro

Actualmente CFK está a cursar o 1.º ano de Engenharia das Telecomunicações, já recebeu o primeiro exemplar do seu primeiro livro e está em estúdio com o projecto da sua primeira obra discográfica intitulada Um em Um Milhão, cujo lançamento está previsto para meados de Agosto. Sobre o futuro, o menino prodígio da literatura e música angolana confessa: “Não sei até quando vou continuar a rimar em cima de instrumentais, mas quero ser escritor a vida inteira.

Ainda sou jovem e tenho muito para aprender. Escrever é algo que muito me encanta, e apesar de gostar muito de cantar, o que mais me fascina é poder criar rimas que agradem as pessoas.