Poema "Os sem sexo" de Marlene Silva

Chegava à casa supostamente cansado,
mas tristemente alcoolizado
era inseguro por dentro
e quanto mais se abrisse mais perdia o seu 100%

Sus forma mais pacata de dominar era tungando

sim, tungava-a e encurralava-a a si mesma
coronhadas, cabeçadas, bofetadas
eras etapas que ele seguia à risca

e quanto mais desse mais lhe enchia a adrenalina

Depois...
Lá estava ela
Fechada em si
Ego morto
todos os dias caia para justificar o desconforto dos olhos
perdia sua beleza e só nessa já tinha perdido 6 gestações

Viu suas gerações andarem para trás, mas não tinha coragem

refugiou-se em igrejas como consolação
abriu mão de si, sim...e se fechava cada vez pior
Sorriso seco, sem família
apontada social
chorava nos cantos, dando sempre mais do que recebia e assim ia

Com os joelhos inflamados cansados de pedir perdão à Ngana Nzambi por pecados não cometidos
e se a salvação é individual não deveria transportar o jugo dos seus antepassados

Mas isso foi até um dia....
Sim...Até ao dia em que ela seguiu os conselhos da avo não complica e explica
até ao dia em que teve coragem de dar-lhe com a frigideirado contra-ataque

Deu-lhe tantas e quanto mais desse, mais lhe subia a adrenalina
Subia.lhe tudo de bom, soube-lhe bem

Deixou-se surgir, mais segura de si...Com mais ânimo
safou-se do coma existencial em que se encontrava e passou a viver

Porque para muitos o estado social, ,mata a versão original

Escrito por: Marlene Silva
2-Jun-11

Este poema foi inspirado no quotidiano de algumas pessoas que amo
 

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